Juliana Paes como Bibi, Perigosa |
Essa aceitação é interessante levando-se em conta a forte rejeição que sofreram algumas novelas da faixa das nove que também foram ambientas em favelas, como nos casos de "Salve Jorge" - da própria Glória (colada com "Avenida Brasil"), "Babilônia" e "A Regra do Jogo". Não suportando mais o mesmo pano de fundo, o público sempre pedia uma novela mais leve no horário e variação da temática. Enquanto a Globo insistia na favela, metade desse público fugia dela.
Porém, após um belo período descansando a imagem, a favela voltou com tudo em "A Força do Querer" e foi retratada com um grau de realismo mais elevado e chocante, o que poderia acabar em rejeição. Longe disso! Apesar das acusações de que a Globo e autora estariam promovendo a "glamourização do crime", o público se identificou com o cenário atualizadíssimo de violência urbana que vive a população brasileira, se envolveu com as diversas tramas entupidas de merchandising social, por sinal bem amarradas e aprovou o elenco afinado e bela direção.
Os componentes da novela como um todo deram certo, principalmente a favela. Por exemplo, o drama em torno da transformação da personagem Bibi, a Perigosa e chefona do morro (Juliana Paes), baseado em fatos reais, fisgou o público com fortes doses de criminalidade, barraco, funk e ação policial, elementos que outrora saturaram o público por serem apresentados de forma repetitiva no horário nobre.
E pra variar, a novela "O Outro Lado do Paraíso", de Walcyr Carrasco, que estreia dia 23 no lugar de "A Força do Querer", se passará bem longe da favela, claro, para o alívio do telespectador.