Por: Guiga Bates, 31/03/2016 Reportagem que foi ao ar nesta quarta (31) Não sei mais o que falar do Gugu. Novamente nesta quarta (30),...
Por: Guiga Bates, 31/03/2016
Reportagem que foi ao ar nesta quarta (31) |
Depois de assassinos, esquecidos, doentes, depressivos e as zorras, Gugu desta vez exibiu uma reportagem para lá de polêmica. Por que polêmica? Pois se trata de uma das maiores tragédias do país, o incêndio da Boate Kiss, que matou 242 pessoas e feriu 680 outras numa discoteca da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
O incêndio ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013 e foi causado pelo acendimento de um sinalizador por um integrante de uma banda que se apresentava na casa noturna. O fato é considerado a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio.
Após três anos sem querer botar a cara na TV, um dos proprietários da Boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, decidiu, após "muita negociação", conceder uma exclusiva ao Gugu. Ao ser indagado sobre o por que da decisão, Elissandro se embola e revela seu medo de ser mal interpretado pela mídia, aí o cara vai direto para o Gugu, sei... Que curiosidade de saber quanto o apresentador desembolsou! De graça não saiu.
Gugu adora personalidades que tem ligação com mortes. Spohr é processado criminalmente por homicídio e tentativa de homicídio.
Elissandro Spohr |
Gugu adora personalidades que tem ligação com mortes. Spohr é processado criminalmente por homicídio e tentativa de homicídio.
Então... o apresentador tinha tudo nas mãos para entregar ao público um trabalho enxuto. Mas, decidiu-se apelar novamente para o sensacionalismo. Sem este indigesto tempero, a entrevista do Gugu poderia ser considerada um de seus melhores trabalhos desde que resolveu misturar entretenimento com jornalismo.
Quem assistiu a entrevista, percebeu que o Gugu, que ninguém dá nada, estava seguro seguindo o roteiro, bombardeando o entrevistado com perguntas sólidas e contundentes sobre o caso, outras, meio apelativas, normal, já conhecemos a peça! Até aí, nada do que reclamar. Frente a frente com Spohr, o assunto rendeu, haja assunto. Quando partiram para o telão simulando a boate por dentro, melhor ainda. Viram? Elogiei o Gugu, consigo enxergar algo de bom até nos piores da TV.
Não vou me se concentrar no teor da entrevista, que por sinal estava "bacana", mas na maneira em como ela é apresentada ao telespectador. E novamente o telespectador de nível sofre para acompanhar as matérias do Gugu, até nestas raras de interesse público. Na verdade, quem tem nível, não tem estômago para acompanhar o Gugu, mas se tratando da pauta em questão, não custa nada tentar.
Não vou me se concentrar no teor da entrevista, que por sinal estava "bacana", mas na maneira em como ela é apresentada ao telespectador. E novamente o telespectador de nível sofre para acompanhar as matérias do Gugu, até nestas raras de interesse público. Na verdade, quem tem nível, não tem estômago para acompanhar o Gugu, mas se tratando da pauta em questão, não custa nada tentar.
Mas, onde está o problema? Na maldita edição da reportagem. Deve ser ordem direta do departamento de jornalismo da emissora e do próprio Gugu manter a pegada sensacionalista ou os caras que trabalham editando e finalizando o material sejam tão podres a ponto de cagar qualquer coisa. Os três. Não é possível que não consigam fazer algo sério.
Pra vocês terem uma ideia, na introdução da matéria, foi possível escutar instrumental de "Anjos e Demônios", de Hans Zimmer. Durante toda exibição, trilha sonora de cinema impactante. Pra que isso, gente?
A repórter do Gugu, a Thatiana Brasil, aquela que narra as matérias com sua voz insuportável, enche o telespectador de interrogações só para atiçar a curiosidade. A cada cinco ou dez minutos, ela interrompe e volta a repetir tudo de novo. Perdi as contas, mil interrogações.
A cada declaração relevante do Spohr ou forte indagação do Gugu, uma pausa, um congelamento, um close up na cara, repetição de imagens, um BUMMM. É de deixar qualquer um louco. Tudo é exagerado, bombástico e parecido com o que fazem outros programas da casa, como o "Domingo Show", de Geraldo Luís.
Ao todo, 1h55 de reportagem. Enfiaram tudo. Nesta edição do programa, estúdio e plateia não apareceram, nem Gugu ao vivo, o que denota que a atração não tem personalidade definida.
Apesar dos apetrechos de sempre, da poluição sonora e visual, o assunto lá na mesa estava bom, até começar a cansar e dar sono. Ninguém aguenta ficar quase duas horas perto da meia-noite, de cara com duas pessoas batendo um longo papo.
Sem os recursos sensacionalistas da edição e se fossem feitos cortes precisos, eliminando o desnecessário, tudo poderia sair compacto e agradável de se ver. Mas não tem jeito, até falando de assunto sério com pauta relevante nas mãos, o amadorismo do Gugu e de sua equipe colocam qualquer pequeno sinal de credibilidade e seriedade a perder. Destruíram tudo!
A repórter do Gugu, a Thatiana Brasil, aquela que narra as matérias com sua voz insuportável, enche o telespectador de interrogações só para atiçar a curiosidade. A cada cinco ou dez minutos, ela interrompe e volta a repetir tudo de novo. Perdi as contas, mil interrogações.
A cada declaração relevante do Spohr ou forte indagação do Gugu, uma pausa, um congelamento, um close up na cara, repetição de imagens, um BUMMM. É de deixar qualquer um louco. Tudo é exagerado, bombástico e parecido com o que fazem outros programas da casa, como o "Domingo Show", de Geraldo Luís.
Ao todo, 1h55 de reportagem. Enfiaram tudo. Nesta edição do programa, estúdio e plateia não apareceram, nem Gugu ao vivo, o que denota que a atração não tem personalidade definida.
Apesar dos apetrechos de sempre, da poluição sonora e visual, o assunto lá na mesa estava bom, até começar a cansar e dar sono. Ninguém aguenta ficar quase duas horas perto da meia-noite, de cara com duas pessoas batendo um longo papo.
Sem os recursos sensacionalistas da edição e se fossem feitos cortes precisos, eliminando o desnecessário, tudo poderia sair compacto e agradável de se ver. Mas não tem jeito, até falando de assunto sério com pauta relevante nas mãos, o amadorismo do Gugu e de sua equipe colocam qualquer pequeno sinal de credibilidade e seriedade a perder. Destruíram tudo!